📊 Incidência e Epidemiologia
- Mais comuns em mulheres: cerca de 50% terão ao menos 1 episódio na vida
- Infecções recorrentes: afetam até 30% das mulheres após o primeiro episódio
- Em homens, infecções são menos comuns, mas geralmente associadas a anormalidades anatômicas, obstruções ou prostatites
- Mais prevalentes em idosos, diabéticos, pacientes sondados ou imunossuprimidos
🧬 Etiologia e Fatores de Risco
A grande maioria das ITUs é causada por bactérias da flora intestinal que colonizam a uretra e ascendem ao trato urinário.
Principais agentes:
- Escherichia coli (75–95% dos casos)
- Proteus mirabilis
- Klebsiella spp.
- Enterococcus faecalis
- Staphylococcus saprophyticus (em mulheres jovens)
Fatores predisponentes:
- Higiene íntima inadequada
- Relações sexuais (em mulheres)
- Menopausa (queda de estrogênio)
- Diabetes mellitus
- Obstruções urinárias (ex: hiperplasia prostática, cálculos)
- Cateterismo vesical
⚠️ Sintomas
Infecção urinária baixa (cistite ou uretrite):
- Disúria (ardência ao urinar)
- Polaciúria (urinar várias vezes ao dia)
- Urgência urinária
- Dor suprapúbica
- Urina turva ou com odor
- Em alguns casos, hematúria
Infecção urinária alta (pielonefrite):
- Febre alta com calafrios
- Dor lombar (flanco)
- Náuseas e vômitos
- Sintomas urinários podem estar ausentes
🔬 Diagnóstico
O diagnóstico é clínico, auxiliado por exames laboratoriais.
Exames laboratoriais:
- Urina tipo 1 (EAS): leucocitúria, hematúria, bacteriúria, nitrito positivo
- Urocultura com antibiograma: essencial nos casos recorrentes, complicados ou em homens
- Exames de imagem:
- Ultrassonografia renal e de vias urinárias (quando indicado)
- TC de abdome (em casos de pielonefrite complicada, abscessos ou litíase associada)
💊 Tratamento
O tratamento depende da gravidade, sexo, idade e presença de comorbidades.
Cistite não complicada (em mulheres jovens):
- Nitrofurantoína
- Fosfomicina trometamol
- Sulfametoxazol-trimetoprim (se sensível)
Pielonefrite ou infecção complicada:
- Antibióticos por via oral ou endovenosa por 7–14 dias (ex: ciprofloxacino, ceftriaxona)
- Internação em casos graves ou se houver obstrução
Casos especiais:
- Homens: investigar prostatite; tratar por 7–14 dias
- Gestantes: sempre tratar bacteriúria assintomática; opções seguras como amoxicilina ou cefalexina
- Recorrência: avaliar fatores predisponentes, orientar profilaxia (comportamental ou medicamentosa)
🛡️ Prevenção
Medidas comportamentais:
- Hidratação adequada (urina clara, sem odor)
- Urinar após relação sexual
- Evitar duchas vaginais e roupas íntimas sintéticas
- Higiene perineal adequada (da frente para trás)
- Controle do diabetes e de outras comorbidades
Mulheres com ITUs de repetição:
- Uso de cranberry (fitoterápico com evidências moderadas)
- Estrogênio vaginal em pós-menopáusicas
- Profilaxia antibiótica pós-coito (ex: nitrofurantoína, fosfomicina)
🧠 Conclusão
As infecções urinárias são condições comuns e potencialmente graves se não tratadas adequadamente. A identificação do tipo de infecção, escolha correta do antibiótico e medidas preventivas são fundamentais para evitar complicações.
⚠️ Atenção: febre, dor lombar, náuseas ou sangue na urina podem indicar infecção mais grave.
✅ Procure um urologista em casos de infecção recorrente, febre persistente, dor intensa ou alterações anatômicas conhecidas




